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Artigo | Educação na eleição

MB Comunicação Antonio Gavazzoni, advogado e doutor em Direito Público Antonio Gavazzoni, advogado e doutor em Direito Público

*Antonio Gavazzoni

Embora o título possa sugerir, não vou falar sobre as boas (e más) maneiras de muitos eleitores em relação ao pleito, nem do desrespeito generalizado que impera especialmente nas redes sociais. Isso é tema para outro artigo. O assunto é educação nas propostas dos candidatos. O que o seu candidato a presidente propõe para trazer e volta os 2,5 milhões de crianças e jovens, com idades entre 4 e 17 anos, que estão fora da escola? Ou para aumentar a média de investimento por aluno no Brasil, que é 56% menor do que na média dos países com bons resultados educacionais? Dizer o que quer fazer é fácil, explicar como, é para poucos.

Seus candidatos a senador, a deputado federal, têm compromissos para defender a educação de Santa Catarina em âmbito federal? E aquele que você escolheu para ir à Assembleia Legislativa, fiscalizar o executivo e propor leis estaduais, já fez algum trabalho em benefício da educação, tem alguma proposta prática nesse sentido?

Vale lembrar que em âmbito estadual o foco principal de ação é o ensino médio, que precisa estar nas bandeiras defendidas especialmente dos postulantes ao governo do estado. O que temos visto é muito desconhecimento sobre o tema. Um exemplo: já ouvi mais de uma vez candidatos falarem que existem 70 mil alunos entre 15 e 17 anos fora da escola. Não é bem assim. Na verdade, são 30 mil. O que ocorre é que muitos desses jovens estão em séries atrasadas, fora do ensino médio, mas matriculados, estudando. Também já vi candidato prometendo ampliar o ensino médio enquanto seu próprio partido trabalha no sentido contrário, fechando turmas.

Outro dado significativo que precisa ser de conhecimento dos nossos pretendentes a governadores, é que nenhum estado do atingiu a meta do Ideb 2017 para o ensino médio. A maioria deles, incluindo SC, também não alcançou a meta dos anos finais do ensino fundamental. Aqui no Estado os números não foram melhores por dois fatores: as turmas atípicas, que surgiram em 2013 por conta da correção de fluxo (ajustar a série à idade do aluno) e acabaram por derrubar a taxa de aprovação; e as turmas apagão - em 2015, em vez da passagem para o ensino médio, estudantes ficaram no novo 9º ano, para serem avaliados em 2016/17.

Ou seja: o potencial de Santa Catarina ficar em primeiro lugar em 2019 é muito grande. Mas isso não vai acontecer se o tema não for acompanhado de perto. Acredito que especificamente no ensino médio, de competência estadual, deve-se ter em mente que evasão se combate gerando interesse do jovem: seja pela forma de ensinar, seja pela conexão com o mercado de trabalho. Temos aqui no Estado instituições que são ícones tanto em criação de tecnologias quanto em ensino técnico e profissionalizante. Conseguir juntar essas pontas é a chave para atrair e manter os jovens na sala de aula, juntamente com a valorização dos professores - seja por meio de salário ou por reciclagem e oferecimento de novas ferramentas de ensino.

Jovem estudando é jovem fora da criminalidade, e uma sociedade mais instruída é mais segura. Tenha isso em mente e verifique se seus candidatos estão pensando no assunto, se conhecem o tema. Um país bem educado precisa de gestores que deem o exemplo.

*advogado e doutor em Direito Público


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